About me

Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida. (Clarice Lispector)

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Brand new day.


Minha cabeça está girando e meu estômago dando voltas. Sei que devo estar doente, mas sei que não é um remédio que compramos da farmácia da esquina que vai curar. Talvez, tudo que eu precise é de outro dia. E outros sonhos. E outras risadas. E outras pessoas. E outros amigos. E outros amores. E até mesmo outro coração. Ou simplesmente o remédio certo e mágico que acabe com a nostalgia que me causas esteja tão longe quanto você. Talvez o melhor remédio é correr pra longe desses problemas, dessa dor, desse sorriso, dessa risada, desses sonhos, dessas pessoas, desses amigos, desses amores e até mesmo do coração. Mas passar a vida correndo deles é fracasso. Talvez, se nós enfrentarmos como os grandes heróis enfrentam os monstros, os problemas desaparecem. Mas eu não tenho arma e muito menos proteção, e sei que se me por em posição de guerra, irei perder na primeira oportunidade. A vida sabe que o meu ponto fraco é o amor, e joga sujo contra mim. Mas ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras coisas. E outras pessoas. E outros amores. E até mesmo outro coração. Talvez seja essa a fresta que deixa a luz entrar nessa minha escuridão. É, talvez também possa ter forças nessa minha escuridão. E melhor ainda, pode ser que as esperanças estejam me aguardando amanhã de manhã. Vivo na esperança de que o meu corpo se encha de vida novamente. Pelo menos uma última vez.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Wake me up inside.

Talvez seja melhor assim. As consequências são menores e não há tempo jogado fora. Talvez seja mais fácil assim, impedindo que a nostalgia misture com a dor e volte ou simplesmente recomece. O bom de fazer seu próprio livro é pôr um ponto final no momento da história que mais achar conveniente... Ou preciso. Acho que esse é o fim. Mas não há regras para que não haja um recomeço, certo? Poderemos pensar nisso quando o tempo passar a as coisas voltarem a um plano tranquilo. Eu sei que enquanto eu perco tempo imaginando as melhores palavras pra colocar aqui, você nem pensando em mim está... Afinal, nem da minha existência tomas conhecimento. Mas já pensei nisso várias vezes e constatei que não há tantas mudanças. Eu sei da sua existência e isso torna tudo tão diferente. Não preciso que saiba que em algum lugar do mundo, com uma língua desigual, formulo palavras que eu nem sequer sei dos significados, pra e por você. O tempo passa, as noites em claro, o vázio, o vácuo que tomou metade do meu coração. Se existem duas válvulas que permitem o funcionamento do coração, uma parou, e a outra continua bombeando o resquício da esperança... De um amor, talvez. O ar continua preenchendo os cantos vazios do meu pulmão, mas simplesmente não consigo sentir. Incapacitada? Não, é doença mesmo. Uma doença mortal e devastadora. Acobertou meu sorriso com uma névoa densa, calando os gritos, tornando-os inaudíveis. Tudo isso se chama saudade, ou mesmo falta. Como se pode ter saudade de algo que nem lembranças têm? Ilusão. Algum dos estágios pretensiosos da doença. É só partir pra frente e ficar nesse estado de coma... Um coma muito comum à aqueles que acreditam no amor. Um coma de falta de amor, de carinho. Nada parecido com um coma alcóolico, coma profundo... É muito mais doloroso e extenso.

My own world.


Vivo contemplando vida alheias, desejando-as para mim. Sindicalizando valores, bens materiais, atos, personalidades e até características. Chego até a colocar minha própria vida, meus valores, princípios e objetivos de lado, em uma ilha deserta que, se algum dia me interessarem, eu volto a calhar com eles novamente. Obstruo sentimentos, lembranças, amizades, comportamentos, características físicas e costumes. Tudo isso para se livrar de problemas ou facilitá-los, mas na verdade, estou apenas apertando mais a corda em meu pescoço. Talvez seja o defeito mais detestável que eu tenho guardado no fundo da alma, na qual eu não posso, de forma alguma, mudar. Acobertado tanto pelas mentiras, que não consigo, ou não quero ver, quão bela minha vida pode ser. Meus dons, meus objetivos, serem melhores do que eu penso. Hoje, sei valorizar tudo o que tenho, ou tento valorizá-los, o que é um bom começo. Mudo um pouco de mim todo dia, na necessidade da evolução do meu próprio ser, e já não tento ser outra pessoa como de costume. E posso lhe garantir uma coisa: é tão mais agradável e confortável aceitar seus genes e não fazer inúmeras tentativas frustradas para tentar ignorá-los.